A detecção da Hanseníase foi tema de uma qualificação profissional, promovida pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), através da coordenação do Núcleo de Apoio ao Diagnóstico e Tratamento das Doenças Endêmicas, nesta quinta-feira, 21, no auditório da Casa da Merenda, em Oeiras.
A qualificação teve como públicos-alvo médicos, enfermeiros e fisioterapeutas da Estratégia Saúde da Família (ESF) Núcleo de Saúde da Família (Nasf). Abordando a detecção e tratamento da Hanseníase na comunidade, a prevenções de incapacidades físicas e finalizando com a prática em pacientes com a Hanseníase, a qualificação foi ministrada pelo médico Luimar Santos, mestre em Epidemiologia em Saúde Pública.
A enfermeira Jéssica Cavalcante, coordenadora do Núcleo de Apoio ao Diagnóstico e Tratamento das Doenças Endêmicas, explica que a Hanseníase é uma doença crônica causada pela infecção do bacilo Mycobacterium leprae. “O domicílio é visto como o mais importante espaço de transmissão, visto que este bacilo é transmitido pelas vias aéreas e que embora infecte grande número de pessoas é necessário condições do meio e com o hospedeiro para poder adoecer”, esclarece a coordenadora.
Os sinais e sintomas da doença são: manchas ou placas discrômicas (esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas ) em qualquer parte do corpo; área de pele seca, com falta de suor (anidrose) e com queda de pêlos (alopecia); área da pele com perda ou ausência de sensibilidade (dormências, diminuição da sensibilidade térmica, dolorosa e táctil); parestesias (sensação de formigamento na pele); dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas; edema ou inchaço de mãos e pés; nódulo (caroços) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
A coordenadora da Semusa observa que o tratamento da doença é eminentemente ambulatorial. “O diagnóstico é clínico e é dado pelo exame dermatoneurológico, para identificar as lesões da pele e o comprometimento de nervos periféricos e pela análise da história e condições de vida do paciente (epidemiollógico)”, elucida Jéssica Cavalcante, acrescentando que nos serviços básicos de saúde, administra-se uma associação de medicamentos, a poliquimioterapia (PQT/OMS), que mata o bacilo e evita a evolução da doença, prevenindo as incapacidades e deformidades por ela causadas, levando à cura.